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Uma Aula com Hideo Nakata

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No passado dia 15 de Setembro tive o prazer de estar presente na Masterclass dada pelo realizador Hideo Nakata durante o Motel X em Lisboa, um festival de terror que se realiza todos os anos em Portugal. Uma aula onde para além de conhecermos mais sobre a Filmografia de Nakata, podemos conhecer um pouco mais sobre a sua vida misturando a isto um pouco de humor.

 

1. Inícios de Carreira

2. Ringu

3. O Horror Sobrenatural no Japão

4. Maternidade: Fonte de Força ou Fraqueza?

5. Água: Tranquilidade & Destruição

6. Mais do que uma Equipa, uma Família

7. A Música de Nakata

8. Storyboard: Sim ou Não?

9. Analógico ou Digital?

 

Inícios de Carreira

Tal como muitos realizadores do Novo Cinema Japonês, Hideo Nakata começa pelos caminhos do Jornalismo, vindo mais tarde a descobrir o seu amor pela 7ªArte.

Inicia a sua carreira nos anos 80 na Nikkatsu como Assistente de Realização de Masaru Konuma, conhecido pelos seus filmes Pink, com o qual trabalha durante sete anos.

Em 1992, a Tv Asahi lança uma série de horror chamada “Histórias de Terror que Aconteceram Mesmo” que inclui três curtas de Nakata mais tarde lançadas em DvD e conhecidas como “Curse, Death & Spirit” (“A Boneca Amaldiçoada”, “Espírito dos Mortos” e “A Cabana Assombrada”). No entanto, a série acaba por se tornar um fracasso não só pela tardia hora de exibição como pela frase de anúncio: “Tão assustador que ninguém consegue ver”.

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O realizador parte para Inglaterra pouco tempo depois mergulhado no Movimento de Cinema Livre Britânico onde produz e realiza alguns Documentários. Em 1996 fica sem financiamento para o Documentário “Joseph Losey: O Homem Dos Quatro Nomes” e regressa ao País do Sol Nascente para realizar “Ghost Actress” também conhecido como “Don’t Look Up”. Esta torna-se na sua primeira longa-metragem de Terror e embora lhe permita vencer o Prémio de Melhor Realizador no Festival Internacional de Cinema Mistério de Nishinoki no ano seguinte, Nakata afirma que a sua entrada para o Mundo do Terror foi puramente “acidental”, uma vez que, o objectivo da obra era puramente o de conseguir meios para terminar o seu Documentário sobre Losey.

Impressionado com “Ghost Actress”, Suzuki Koji (conhecido como o Stephen King japonês) pede a Nakata que adapte o seu drama “Ringu” para filme, estreando em 1999. Este torna-se o grande sucesso do realizador ajudando-o a ser conhecido a nível internacional (tendo mais tarde um remake americano) especialmente depois de vencer alguns prémios incluindo o Golden Raven do Festival Internacional de Filmes de Fantasia de Bruxelas.

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A partir deste momento o realizador vira-se totalmente para o Terror (existindo ainda um filme de 2008 baseado no Manga “Death Note”, chamado “L: Change The World”), criando grandes êxitos sendo o último deles “The Complex” que estreou no dia 18 de Maio (exibido em Portugal durante o Motel X em Setembro).

 

Ringu

Suzuki Koji escreve “Ringu” em 1991 e pouco tempo depois pede a Hideo Nakata que faça uma adaptação cinematográfica do mesmo. Em colaboração com Hiroshi Takahashi nasce o argumento que fará Nakata conhecido internacionalmente. No entanto, ao contrário do que se pensa, este não é o primeiro filme baseado no livro. Para além de uma série de televisão anterior ao filme, nasce também “Sadako 3D” do realizador Tsutomu Hanabusa e que embora faça sucesso entre o público não agrada ao realizador por ter um estilo bastante diferente do de Nakata.

Em 2002, Gore Verbinski é contracto para refazer “The Ring” mas as diferenças estilísticas acabam por fazer os produtores recrutarem Nakata para a sequela. Sabendo que seria uma grande oportunidade na sua carreira e sendo informado de que teria liberdade para trabalhar como sempre fizera, o realizador aceita a oferta e mergulha numa nova aventura.

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Aquilo que parecia uma experiência interessante e divertida torna-se num pesadelo e quase provocam a desistência de Nakata. Para além de ser confrontado com o facto de ter de usar duas ou três câmaras em simultâneo para as gravações, os produtores não paravam de o pressionar, chegando ao ponto de obrigar o realizador a pedir que deixassem o set. Quando parecia que nada podia piorar, a Produtora não gostou da primeira Montagem, feita por Nakata, criando inúmeras discussões durante a Pós-Produção.

Nakata afirmou que apesar de tudo, sente-se bem com o seu trabalho. Uma experiência internacional que se tornou um sucesso mas, não deixa de contar que quando a produtora lhe mandou um email de parabéns pelo bom trabalho, ele ignorou e nunca lhes respondeu de volta.

Ainda na América, impossibilitado de fazer um outro remake, aproveita e faz um Documentário sobre Hollywood intitulado “Guia para Hollywood dos Cineastas Estrangeiros”. Falado em inglês, é lançado em DvD e exibido em alguns Cinemas tendo apenas 1200 espectadores (“incluindo os meus familiares”- afirma Nakata com um pequeno riso num momento mais descontraído).

 

O Horror Sobrenatural no Japão

É muito comum vermos filmes americanos onde os Fantasmas proporcionam um ambiente gore, violento e sem limites. No entanto, nos filmes de Nakata, assim como em muitos outros filmes japoneses, encontramos um ambiente que embora assustador, recorre mais a emoções como a bondade, a ternura e o sofrimento dos fantasmas.

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Isto acontece porque ao contrário do que aconteceu no Ocidente, no Japão não temos uma religião que divide o Mundo entre Bem (Paraíso) e Mal (Inferno). Nos países asiáticos em geral as pessoas tendem a interagir com os Mortos de outra forma, tentando perceber o porquê dos seus actos e tendo pena deles quando por detrás da violência está uma história de sofrimento. Por exemplo, em “Dark Water” percebemos que Mitsuko sente a falta de uma mãe transformando um monstro numa criança que mesmo depois de morta se sente só e apenas deseja o abraço quente e terno da mãe.

 

Maternidade: Fonte de Força ou Fraqueza?

Um outro elemento frequente é o de termos protagonistas não apenas femininas mas mães solteiras, mesmo quando originalmente os protagonistas eram homens.

Em “Ringu”, temos dois protagonistas masculinos que se transformam numa mãe com uma criança. Quando questionado sobre este facto, o realizador respondeu que era involuntário, talvez levado pelo facto dos país se terem divorciado quando era pequeno e de ter visto como a sua mãe o educava, mostrando tanto fraqueza mas também força, algo que não é tão perceptível quando temos um pai solteiro, já que o homem é geralmente sinal de força.

Para “Monsters”, um filme que deverá estrear em 2014 e que será o remake de “Haunters” (2010) do coreano Min-Suk Kim, embora não tenham alterado o sexo dos protagonistas, foi dada mais força e carácter à protagonista feminina.

 

Água: Tranquilidade & Destruição

Se existem dúvidas que Nakata dá uma grande importância à Água nos seus filmes, “Chaos” elimina-as rapidamente. Durante o filme é-nos passada a ideia nítida de que este elemento simboliza a protagonista. “A água não fica num só lugar, deve desaparecer de um lugar e aparecer noutro, é instável mas natural.” – afirma ele.

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Por outro lado, e fugindo um pouco ao conceito asiático da água como símbolo de pureza e limpeza, Nakata fala-nos um pouco na sua aula do lado menos pacifista deste elemento da Natureza. “Os Japoneses temem a água”, afirmou ele explicando que devido às terríveis catástrofes naturais provocadas pela água, como o mais recente Tsunami de 2011, as pessoas têm um certo medo deste elemento sendo que ele aproveita esse medo inconsciente para dar mais impacto aos seus filmes. Sendo a Mãe de Todos, já que viemos do Oceano, tanto pode ser terna e protectora como mortífera e assustadora.

Para além disto, o realizador conta-nos um pouco sobre a inspiração acidental do poço de “Ringu”. Quando era criança, passou muito tempo na casa de alguns familiares que viviam no campo e que tinham perto da casa um pequeno poço. Para que ele não corre-se o risco de se magoar, os pais e familiares avisaram-no para que não se aproximasse do poço pois poderia cair, afogar-se e morrer (confessa ainda que mesmo hoje em dia sente-se desconfortável perto de poços). Não apenas temos mais uma vez a água como algo a temer como descobrimos que a ideia do poço para “Ringu” vem dos seus medos e receios enquanto criança.

 

Mais do que uma Equipa, uma Família

Durante a sessão foi perguntado a Nakata se achava importante trabalhar com a mesma equipa técnica, uma vez que, trabalhara mais do que uma vez com Kenji Kawai (compositor) e Junichiro Hayashi (director de fotografia).

O realizador rapidamente respondeu que é importante ter confiança nas pessoas com quem trabalhamos, gostar delas não apenas pelo talento mas pela personalidade, acrescentando: “o mais talentoso pode não ser o mais apropriado para o que quero.”

 

A Música de Nakata

Tal como se verifica em muitos dos filmes asiáticos a música não tem um papel tão importante quanto nos filmes ocidentais. Dando mais importância aos efeitos sonoros, gosta de coisas simples e subtis como podemos ver em “Sadako” onde as palavras “morte” e “Sadako” foram gravadas, reproduzidas ao contrário e acrescentadas a uma melodia.

“Os momentos de silêncio são importantes.” – diz o realizador ao mesmo tempo que confessa gostar dos filmes de terror Clássicos como os de Alfred Hitchcock. Durante a aula Nakata conta-nos ainda que chegou a receber um email de um fã a dizer que os seus filmes eram como um “horror silencioso”. Não importa o número de sustos, importa a forma como são feitos.

 

Storyboard: Sim ou Não?

Para quem trabalha em Cinema o Storyboard torna-se numa ferramenta indispensável sendo o local onde são pensados e organizados os planos a gravar, permitindo que não aconteçam erros durante as filmagens.

No caso de Hideo Nakata, embora ele se prepare completamente durante a pré-produção de um filme, nem sempre contracta um Desenhista, preferindo ter pequenos esboços feitos por ele, uma vez que, durante as gravações acaba por gravar vários ângulos, escolhendo os melhores seguimentos durante o processo de Edição e Montagem.

 

Analógico ou Digital?

1895, em França Auguste e Louis Lumière criam o primeiro Cinematografo, a caixinha mágica onde podíamos agora gravar as primeiras imagens em movimento. Dois séculos depois, as simples imagens em movimento que mostravam pequenos momentos do quotidiano deram lugar ao vasto mundo do Cinema. As novas tecnologias foram substituindo os caros, imóveis e pesados cinematógrafos por câmaras portáteis que estão ao alcance de praticamente toda a gente. A antiga película de celulóide que para além de cara pressupunha um processo de revelação ainda mais caro foi deixada praticamente de lado, uma vez que, a era digital trouxe cartões a “preço da chuva” e facilmente passamos a informação gravada nele para um qualquer computador, deixando o filme pronto a ser editado.

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Hideo Nakata, no entanto, continua a não largar a película, gravando as suas obras em 35mm, uma vez que, esta continua a ter uma qualidade que o digital não consegue imitar. Especialmente para Terror, a película consegue gravar um preto que não é opaco (como acontece com o digital) permanecendo com um certo brilho que oferece uma beleza única.

Quando questionado se alguma vez iria abandonar a película ele responde com um pequeno riso: “o Manoel de Oliveira tem o dobro da minha idade, até lá nunca se sabe.” Quanto à sua próxima longa-metragem ele afirma que fará um ultimado à Produtora: “se não me deixarem filmar em 35mm não gravo.”

 

Mais do que uma aula séria foi uma reunião casual onde o professor dá dicas práticas e úteis aos seus alunos enquanto parece ao mesmo tempo descobrir coisas sobre si. Embora com visível dificuldade em se exprimir em inglês, explicou as ideias mais complicadas de forma simples e compreensível tanto para Cineastas como para simples Amantes do Cinema ou qualquer pessoa que tenha entrado na sala por pura curiosidade.

Escrito por: Ângela Costa


I’m Flash

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Apenas cinco meses depois da estreia de “Monsters Club”, cuja review pode ser encontrada neste site, Toshiaki Toyoda estreia “I’m Flash”, um filme filmado in loco em Okinawa fugindo ao artificialismo do estúdio e criando uma fotografia mais vívida trabalhada por Shigemori Toyotaro (o mesmo Director de Fotografia de “Monsters Club”).

Devido ao facto da narrativa ter imensos elementos que vale a pena analisar, esta Review dividir-se-á em 3 subcapítulos: “Análise Geral”, “Religião Para os Personagens” e “Semelhanças entre Monsters Club e I’m Flash”.

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~ Análise Geral ~

Negro. É este o primeiro plano de “I’m Flash”, acompanhado por uma música que nos lembra o religioso. Uma luz aparece ao fundo, lentamente dando lugar a água. Será este um símbolo de nascimento? Conforme o plano se alonga, a batida começa a tomar a forma de um rock ligeiro que rompe a harmonia inicial. O plano embranquece. O som das ondas mistura-se com o de um carro. Estamos na estrada. Vemos dois jovens (Tatsuya Fujiwara e Kiko Mizuhara) divertidos dentro de um carro vermelho (cor da paixão).

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Dentro de uma casa, um jovem prepara-se para ir entregar um DvD alugado à loja. Conforme liga a mota ouvimos uma batida forte de rock (apressada, rebelde e que tal como os personagens não sabe o Futuro, focando-se apenas na inconsciência da Juventude). Também este personagem parece não ter medo da morte, um erro que lhe custará caro. Numa montagem paralela vemos um carro e uma mota em rota de colisão. Isto inquieta o espectador. Sabemos o que vai acontecer mas nada podemos fazer para o evitar. Os dois veículos entram num túnel, é agora.

No entanto, em vez de nos mostrar planos de violência e tragédia, Toyoda faz algo exímio. Ele mostra-nos… Silêncio (deixa apenas o som do vento que leva os espíritos). O “som” da Morte. A morte não é algo ruidoso mas sim o vazio que fica. Toda a felicidade e euforia que estava a ser vivida é agora um nada. Uma inexistência. Um momento de relaxamento, o momento simples e “rotineiro” de ir levar um DvD, que termina com algo tão complexo como a vida (uma chamada de atenção a todos nós).

O plano negro dá lugar a peças de mota espalhadas pelo chão, um corpo sem vida despedaçado e ensanguentado jaz ao lado do veículo. A apenas alguns metros de distância, vemos o carro. O condutor está vivo, em choque com a cena que tem perante ele. “A vida é curta… Surpreendentemente curta.”

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À semelhança do que acontece em “Monsters Club”, o realizador começa por nos dar uma opinião. A questão da Liberdade transforma-se numa discussão sobre o sentido da vida. Uma base que será trabalhada tanto por personagens como por nós, espectadores.

Ao som do Shamisen entramos numa viagem que nos introduz a três novos personagens. É interessante ver como o realizador os caracteriza através de algo tão simples quanto uma refeição, variando o local, a música e o seu comportamento perante o que os rodeia.

O primeiro, Kamimura (Shigeru Nakano), um homem nos seus quarentas está num restaurante tradicional, onde lhe servem sopa de cabra, ouvindo uma música romântica. No mesmo restaurante ficamos a saber que o personagem não é de Okinawa quando dois homens começam a fazer troça do seu “sotaque”. Já no final da cena, ele recebe um telefonema e podemos ver que prefere o modo de vibração ao típico toque ruidoso (pelo menos em restaurantes).

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O segundo é Shuku (Kento Nagayama), um homem nos seus vintes com uma roupa bastante casual vai a um restaurante que se assemelha aos dos anos 50 onde lhe servem tacos e cerveja mostrando um espírito mais novo. A música é igualmente um rock que lembra o dos anos 50. Também ele recebe um telefonema e mesmo estando num restaurante mantem activado o som, com um toque bastante audível.

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O último, Shinno (Ryuhei Matsuda), um homem à volta dos 30, veste um fato e está num restaurante mais pequeno, sossegado e reservado (não há qualquer música, apenas o som da televisão e da ventoinha). Enquanto come lê um jornal com a fotografia do personagem que conduzia logo no início do filme. Descobrimos que este é um Guru bastante popular e pelo programa de televisão que está a ser emitido vemos que se gaba de conseguir controlar as pessoas, entre outros feitos “milagrosos”. Shinno parece não estar minimamente interessado no que vê.

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O guru fala ao seu público afirmando que o medo da Morte leva a maus hábitos, ansiedade, problemas e sofrimento. “Relembrem o quão apaziguados os mortos parecem. A Alma continua a viver. O que teme é a perda do que vê como sendo você. Mas você não existe, é tudo externo. (…) Morte é a derradeira salvação. A Vida é Maravilhosa.” Em suma, é isto que caracteriza o personagem. Mas porque terá Toyoda escolhido uma caracterização tão pobre em relação aos outros personagens que aparentam ser secundários?

Regressando a Shinno, ele recebe o esperado telefonema, igualmente usando o modo de vibração. No entanto, ele não se identifica e apenas responde com um “Olá?”. Isto pode transparecer que o personagem não socializa e que se manterá reservado durante o filme, uma mistura entre a maturidade do primeiro personagem e a juventude do segundo.

Seguimos o personagem numa viagem de carro ao som de um rock ligeiro até uma Mansão, a Mansão do Guru. Um edifício branco onde vemos pessoas também vestidas da mesma cor. Em termos de arquitectura, observamos que a Mansão recupera os traços da arquitectura grega ao mesmo tempo que se mistura com traços de uma arquitectura ocidental moderna.

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Shinno é encaminhado para uma sala onde reencontramos Kamimura que o cumprimenta animadamente, sem obter resposta. Mais uma vez, vemos a personalidade reservada do personagem, que decide sentar-se numa mesa sozinho. Pouco tempo depois chega Shuku. Kamimura cumprimenta-o com menos animação e Shuku responde de volta. Este último reforça ainda a sua rebeldia ao tentar fumar dentro da casa. E por sua vez, Kamimura mostra que se tornará numa espécie de mentor, proibindo o jovem de fumar ali.

Na divisão vemos livros e panfletos que se referem ao Guru, frases que tentam convencer qualquer céptico de que o caminho certo se encontra ali.

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Cortamos para o hospital onde a rapariga do início está internada devido às lesões no córtex cerebral que a deixaram num estado de coma sem previsão de melhora. Com ela está o Guru. O médico aconselha-o a falar com ela, tratando-a pelo nome de forma a estimular o cérebro mas, de forma fria, ele refere que nunca soube o nome dela. Estará ali por pura culpa? Ou será que sente por ela algum tipo de afectividade?

De volta à Mansão, um homem distribui contractos e o pagamento correspondente a um mês pelos três homens. Ficaremos finalmente a descobrir qual o seu propósito? Proteger o Mestre Rui, o Guru. Kamimura questiona o que acontecerá caso falhem mas o homem limita-se a dizer “parece óbvio”. Estes não são Seguranças normais (transparecem um lado mais negro que o usual) e, para além disso, o realizador diz-nos subtilmente que Rui não é tão insignificante quanto pode parecer. A sua influência é tão grande que corre perigo de vida.

De uma conversa tanto ou quanto macabra, passamos para um local ainda mais macabro. Rui reza numa capela que reforça a ideia inicial de que a Morte é Liberdade. As caveiras que a adornam parecem gritar em agonia e sofrimento. No altar, em lugar do típico santo ou figura religiosa, temos uma caveira que aparenta ser diferente das restantes.

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De volta ao exterior, Rui pega num arpão, num equipamento básico de mergulho e acompanhado de uma música instrumental de transe vai até à praia. Aqui o realizador faz algo interessante mostrando a verdade por detrás do filme e do culto, ao mesmo tempo que reforça uma ideia já apresentada. A cena que começa por ser tranquila (onde Rui nada no Oceano por entre os peixes) acaba bruscamente quando ele arpa um dos peixes. Novamente, a morte aparece de súbito num ambiente que em nada a previa. No entanto, ao contrário do acidente de mota que ele esconde, Toyoda faz questão de mostrar o peixe a ser morto (o filme começa a ganhar uma maior dimensão de violência).

Quando ele regressa a casa vemos o trio de seguranças, agora em roupas mais casuais, que procura pelo seu Mestre. Estando este agora em segurança, o trio aproveita para almoçar e entramos numa espécie de síntese do que aconteceu até agora. Shuku não entende como é que um homem mata alguém, deixa outra pessoa em coma e nada lhe acontece (parece algo vindo da máfia e isso mostra o verdadeiro poder de Rui).

Aos vinte e quatro minutos de filme conhecemos mais uma personagem. Uma mulher de personalidade agressiva e fria, Sakura, interpretada por Mayu Harada, chega acompanhada de uma criança (a única pessoa que trata carinhosamente). Assim que entra procura imediatamente por Rui, entrando no quarto de rompão e insultando o protagonista, furiosa com o facto do irmão se ter envolvido num acidente que arruinou a imagem do culto. Em resposta, o personagem limita-se a pegar no seu equipamento e dirige-se apressadamente para a praia, deixando apenas escapar que irá dissolver o culto. A irmã ressalva que o culto foi criado pelo seu avô, é um “negócio de família”.

Embora pareça ameaçadora, esta personagem torna-se patética algo que é reforçado quando ela vai para o meio da areia de saltos (fazendo-a andar comicamente) e quando ao passar pelos seguranças estes não se desviam, o que seria lógico sendo ela irmã do Mestre.

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Estamos num bar, ouvindo uma batida de rock mais alegre. Rui passa o seu tempo a divertir um trio de raparigas quando a mulher que o acompanhava no carro no início do filme aparece. Ele vai ter com ela, apresentando-se. Regressamos momentaneamente ao Passado, algo que acontecerá frequentemente a partir deste momento talvez reflectindo o que preenche o pensamento de Rui.

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A jovem sabe quem ele é e mostra-se interessada em conhecê-lo melhor. Os dois saem de carro e somos apresentados com uma música novamente atípica. Os dois estão a conhecer-se e a divertir-se, no entanto, a música é composta por sons aparentemente aleatórios e nada harmoniosos ao ouvido transmitindo ideias de confusão.

Usando pequenos truques de magia Rui acende um cigarro e tenta impressionar a companhia. Embora pareça divertida, acaba por atirar o cigarro do protagonista pela janela de forma um pouco violenta. Aos poucos começa a mostrar o seu verdadeiro propósito: culpa Rui pela morte da irmã, uma devota do culto. O protagonista pensa que ela o está a subornar mas rapidamente percebe o verdadeiro intuito.

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Regressando ao Presente, Rui é visitado pelo irmão (interpretado por Yukiya Kitamura), um homem que usa operações plásticas e roupas de mulher adornadas com folhas para se aproximar de Deus. Kaoru, o seu novo nome enquanto mulher, aconselha Rui a ter cuidado com as suas decisões. Embora se mostre o único realmente preocupado com os sentimentos do irmão, avisa-o que irá perder a fonte de rendimento não apenas dele como da família. Mas mais do que isso, Kaoru revela um segredo obscuro. O crânio que vimos no altar, é afinal o crânio do seu pai, cujo à semelhança do crânio do avô tem a marca de um tiro. Indirectamente alerta o irmão que alguém não o deixará dissolver a Igreja tão facilmente, custe o que custar.

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Depois de uma pequena narração que começa aqui a ganhar um tom mais sério do que inicialmente, vemos o Trio e Rui passearem na praia. Sentir-se-á finalmente ameaçado?

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De regresso à Mansão, o protagonista é atacado por um individuo armado que milagrosamente falha o alvo, acabando morto pelo trio. Esta morte transporta Rui novamente para o Passado.

Ao contrário do que acreditámos até aqui ela não deseja a morte de Rui, pelo contrário. Uma vez que, não acredita na vida para além da morte, deseja que ele viva e que sofra com as mortes que causou, incluindo a dela. Ao mesmo tempo, implora-lhe por ajuda, não quer estar sozinha.

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No Presente, vemos um personagem mudado por um evento causado pela sua imaturidade e irresponsabilidade. O jovem que nada temia e que não se preocupava com os que o rodeavam começa agora a sofrer com o sofrimento do outro, incapaz de seguir em frente, colocando tudo em causa (finalmente vê a luz, ideia reforçada pela luz “divina” que cai sobre ele no altar, ideia de purificação).

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No exterior da Mansão, o homem que anteriormente contratara o trio vem buscar Rui para se encontrar com a mãe. Esta está furiosa embora não o mostre. Embora fale num tom calmo, vemos no seu olhar e mais tarde nas suas acções que para ela só existe um caminho a seguir e quem estiver no meio será eliminado.

Por muito que Rui defenda o culto como uma farsa, algo que em vez de salvar pessoas as coloca em perigo, a mãe (Michiyo Ookusu) deixa claro que elas seguem qualquer líder. “Mesmo que desistas, a Igreja não vai a lado nenhum.” As pessoas têm a necessidade de se juntarem a estes cultos, mais vale que se unam ao seu.

No final da conversa, e com uma trovoada como música de fundo, ela afirma que um vínculo com Deus é mais poderoso que um vínculo entre pais e filhos. Quando pensávamos que esta frase seria apenas um comentário infeliz, descobrimos que no exterior da casa o Braço Direito instrui o trio para assassinarem Rui. Terá sido esta a razão por detrás da contratação dos seguranças? Estaria a mãe a preparar-se para resolver de uma vez por todas os problemas que o filho trouxera à sua casa?

Rui sai de casa e aproxima-se do carro, seguido por Kaoru que o aconselha a fugir. Ele é de facto o único que sente algum tipo de afectividade pelo protagonista. Ao contrário da mãe, que já faz planos para o neto: um pequeno Harry Potter (jovem, mágico e famoso).

Ironicamente, quando regressamos à Mansão de Rui, vemos o trio limpar as armas. Shuku mostra-se perturbado com a ideia de uma mãe mandar matar o próprio filho. No quarto, Rui afia o arpão. Terá ele percebido o que lhe espera?

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De volta ao carro, a rapariga tenta escolher qual a forma de se suicidar. Deverá atirar-se de uma ravina? Rui não quer saber, não se importa com o facto de poder morrer. Finalmente é honesto consigo mesmo: “Quando seguimos em frente, tudo parece igual e acabamos por nos achar melhor que os outros. Perdemos a chance de fazer algo”. Ele poderia ter mudado o rumo à sua vida mas desperdiçou todas as oportunidades porque era mais fácil não confrontar a sua realidade. “Que tal morrermos juntos? Atirarmo-nos ao Oceano.”

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Na praia, o trio tenta decidir quando completará a sua tarefa mas Rui chega do mar com mais peixe e acabam por come-los juntos. Durante a refeição o protagonista refere que quando matamos o peixe com um arpão, a sua morte rápida não o deixa entrar em stress e a carne sabe melhor. Shinno pergunta-lhe se o mesmo acontece com as pessoas (pergunta irónica). Entrarão melhor no Paraíso se não sofrerem? Em resposta Rui afirma friamente que não existe Paraíso, enchemo-nos de euforia e depois desaparecemos.

Depois de uma conversa que por mais banal que pareça está cheia de pequenos momentos de provocação, o grupo vai até uma ravina e Rui chega-se mesmo à ponta talvez incentivando os assassinos a agir. No entanto, a hesitação do trio (talvez provocada pela Moralidade e Ética de cada um deles) acaba por fazê-los perder a oportunidade. O protagonista regressa e convida-os a jantar.

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Ao som de uma música que deixa transparecer mistério, os três homens chegam à capela. Rui prepara-se para se encontrar com eles levando consigo o seu arpão. Estará ele a caminhar para mais uma “caçada”?

Lá dentro, o cultista informa que aquela capela é usada como sala de refeições em dias especiais. É aquele um dia especial? Estaremos quase no clímax do filme? Em adição, Rui apresenta-lhes a caveira do altar como sendo o seu pai. Convida a um brinde. Mas um brinde a quê? Kamimura sugere “à Saúde e Prosperidade”. Shuku tem outra alternativa, que tal brindar ao lema do culto “A Vida é Maravilhosa.”

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Vindo do nada e surpreendendo o espectador, Rui dá um tiro em Shuku e a confusão instala-se, acompanhada por uma batida mais veloz. No tiroteio Kamimura é ferido, deixando Shinno encarregue do cultista, entretanto baleado no peito.

Tentando fugir, Rui pega no arpão, corre para a praia e consegue escapar ao assassino mergulhando no Oceano. Estamos perto do fim. Terá Rui morrido devido à ferida? Ou conseguirá escapar?

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Viajamos uma última vez ao Passado. Após Rui decidir que quer morrer, a rapariga pára o carro e deixa-o sair. Perdeu o seu objectivo. No entanto, o protagonista acaba por convencê-la a deixá-lo conduzir.

Mas esta viagem não será como as outras. Os dois tempos, Presente e Passado, misturam-se e caminham juntos pela primeira vez no filme através de uma Montagem Alternada acompanhada de uma música lenta e melancólica.

Quando o dia amanhece, Shinno procura Rui num pequeno barco. Este está numa pedra e apressa-se a saltar para dentro de água novamente, iniciando um último confronto cuja tensão é reforçada pelos flashbacks de um carro do passado em excesso de velocidade e em rota de colisão com uma mota. Mais uma vez a morte apressa-se contra Rui.

Os raios de sol conseguem escapar por entre as nuvens como uma metáfora às portas do Paraíso. A narração que começa com a voz da rapariga mistura-se com a de Rui que termina o mesmo pensamento.

No Passado os dois encontram-se dentro do carro com um beijo enquanto caminham para a Morte. No Presente, os dois encontram-se conforme Rui se aproxima da Morte e a rapariga parece acordar do Coma.

Quando Shinno consegue finalmente assassinar Rui, a música termina. O tal momento de euforia, transmitido pela música, que acaba no desaparecimento de alguém. Ao mesmo tempo, a rapariga termina também o seu caminho e regressa ao mundo dos vivos.

O filme podia acabar aqui. A última visão de Rui é a água límpida do Oceano. Curiosamente a mesma que vemos no início do filme. O Ciclo da Vida: inicialmente a água como nascimento e depois como morte.

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Tal como o protagonista afirmara antes, “depois da morte tudo continua”. Os pássaros continuam a cantar e no caso dos personagens, a sua vida continua praticamente inalterada. Rui, que inicialmente tem um papel de foco, torna-se numa personagem fantasma cuja importância desvanece repentinamente. Já não pensamos nele.

O homem que inicialmente contratara o Trio paga agora aos dois sobreviventes. Kamimura convida Shinno a uma última bebida mas este recusa, mantendo a posição reservada e solitária do início, deixando o “mestre” beber sozinho com Shuku, o rapaz que não queria envelhecer.

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~ Religião Para os Personagens ~

Rui inicialmente parece devoto à sua religião mas começa a distanciar-se da mesma. Durante a curta viagem de carro que faz com a rapariga que conhece no bar acaba mesmo por afirmar que a Religião gere imenso dinheiro porque as pessoas estão sempre à espera que alguém lhes diga o que fazer em vez de acreditarem nelas próprias chegando mesmo a afirmar que “a chave para a vida reside em nós próprios”. O personagem usa apenas a religião em momentos de pressão. Usando o mesmo exemplo, assim que a rapariga o culpa pela morte da irmã, Rui começa automaticamente a tentar explicar o que aconteceu pelo seu culto mesmo depois de o ter minimizado minutos atrás.

Para a Rapariga, a religião é algo perigoso, responsável pela morte da sua irmã, uma jovem com problemas que foi mal encaminhada. Ela não tinha de morrer e se não fosse pela religião que seguia nada teria acontecido. Uma das suas frases resume tudo: “Deus é a derradeira ameaça”.

Shuku começa como um não crente que se vende às ideias do culto dirigido por Rui. Durante uma cena vemos que lê o livro do cultista enquanto defende em conversa com Kamimura que a obra o ajudou a encontrar a resposta ao mistério da vida e da morte. Ironicamente aconselha-o ao parceiro uma vez que morrerá antes dele.

Completando a ideia de cima, Kamimura acredita que depois da morte não existe nada, parecendo mudar de ideias apenas no final quando diz a Shinno que irá beber um copo com “aquele jovem no Paraíso”, deixando até Shinno surpreendido.

Shinno, embora nunca diga frontalmente a sua opinião, mostra que não acredita em religiões. Durante uma conversa com Rui ele afirma que “a vida não é suposto ser divertida”, apenas a vai vivendo (ou sobrevivendo?). “Os Vivos têm de se esquecer dos Mortos.”

Os únicos personagens que parecem partilhar a mesma opinião são Sakura e a Mãe o que torna ainda mais visível a manipulação sofrida pela filha. Embora Sakura signifique “flor de cerejeira”, algo tradicionalmente ligado à delicadeza, podemos imaginar a educação rígida por que passou. Para o duo, o culto (e a religião em si) nada mais é que uma fonte de rendimento, um negócio que tem de ser protegido a todo o custo.

Kaoru, o irmão de Rui que optou por mudar de sexo afirma que as operações plásticas e o vestuário ligado à mulher e à Natureza o aproximam de Deus, procurando a tranquilidade.

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~ Semelhanças entre Monsters Club e I’m Flash ~

Tanto “Monsters Club” como “I’m Flash” começam com Morte. No primeiro através não só do Inverno em si como pano de fundo mas também através das bombas, no segundo através do fundo do mar e da música que pode ser interpretada como música de “funeral”.

Ambos são uma reflexão sobre a importância da Liberdade e do Sentido da Vida (levamos a vida como se ela fosse eterna e chocamo-nos quando nos deparamos com a morte). Mais uma vez, reforça a ideia que a derradeira liberdade está na Morte. Juntos, os dois filmes complementam-se.

A Narração em “I’m Flash” torna-se repetitiva e vazia, um pouco como muitos discursos religiosos. Em “Monsters Club” o narrador (igualmente o protagonista) tenta-nos fazer entender o seu ponto de vista e obriga-nos a pensar por nós próprios. Pelo contrário, em “I’m Flash” o discurso inicialmente aparenta guiar-nos à reflexão mas acaba por indicar um só caminho (ele “vende” uma ideia). Isto apenas muda a meio do filme conforme Rui começa a mudar e a tornar-se mais sério, a amadurecer, algo que se reflecte no seu discurso.

Em suma, o título “I’m Flash” é um resumo da ideia principal do filme: a vida acaba repentinamente, quando menos esperamos e nada sobra dela. Um filme que em conjunto com “Monsters Club” formam uma espécie de Duologia que procuram obrigar o espectador a sair do Cinema e reflectir sobre a sua própria existência. Qual a nossa concepção de Vida? E de Morte?

Escrito por: Ângela Costa

Namban 470 mostra documentários sobre relação PT/JP

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No âmbito da iniciativa “Namban 470” serão projectados na cidade de Coimbra dois documentários dedicados ao tema de relação entre Portugal e o Japão.

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O que torna esta pequena mostra deveras especial é a presença dos realizadores, que a convite da organização do Namban 470 vão estar na própria sessão de projecção para comentar os seus trabalhos e conversarem com a audiência. A moderadora das sessões será Inês Matos, doutoranda do programa Patrimónios de Influência Portuguesa.

O primeiro filme a passar será o documentário “Portugal e o Japão – uma longa história”, de Francisco Manso, realizado por encomenda da RTP para o ano comemorativo de 2010 (celebravam-se os 150 anos do Tratado de Paz, Amizade e Comércio com o Japão), e que apenas passou uma vez no Museu do Oriente, na RTP 2 e na RTP Memória. Não se encontra editado comercialmente nem passou no circuito de cinema. A projecção será às 16.30h de dia 22 de Outubro (3ª feira) na Casa Municipal da Cultura.

O segundo filme será o documentário semi-ficcional “Wakasa” de José Manuel Fernandes. Nesta sessão estará também presente o director de fotografia Takashi Sugimoto, que vem apresentar uma curta-metragem da sua autoria. As filmagens centram-se em Tokushima e nas estórias do seu festival da introdução das armas de fogo.

Também neste caso o filme não tem edição comercial, pelo que é uma ocasião única para desfrutarem dele. A projecção será às 17h de dia 23 de Outubro (4ª feira) na Casa das Caldeiras.

A entrada é livre e qualquer informação adicional pode ser consultada no blogue e/ou facebook do “Namban 470”.

Novo Ghibli estreia em Novembro

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Cinco meses após a estreia do Ghibli “Kazetachinu” de Hayao Miyazaki, estreia “Kaguya-Hime no Monogatari” (ou em português “O Conto da Princesa Kaguya”) escrito e realizado por Isao Takahata. Para quem não conhece este nome, Takahata é o co-fundador da Studio Ghibli (1985) e embora tenha realizado alguns filmes dedicou-se essencialmente à parte de Produção, deixando a realização a cargo de Miyazaki.

“Kaguya-Hime no Monogatari” é baseado na lenda “Conto do Cortador de Bambu” e conta a história de um homem que um dia encontra uma princesa muito pequenina dentro de um bambu. Quando a princesa, Kaguya, cresce é pedida em casamento pelos herdeiros das cinco famílias mais prestigiadas. Kaguya pede aos homens que encontrem um presente de casamento mas nenhum consegue o que ela quer. Um dia, é pedida em casamento pelo Imperador do Japão…

O filme que me lembra um pouco os primeiros tempos Ghibli, quando Miyazaki e Takahata estrearam em simultâneo os famosos “Tonari no Totoro” e “Hotaru no Haka” em ’88, estreia em 23 de Novembro no Japão e conta com a participação dos actores Aki Asakura, Kengo Kora, Takeo Chii, Atsuko Takahata, Hikaru Ijuin e Isao Hashizume.

Deixo-vos com o Poster e Trailer do novo Ghibli!

Kaguya-Hime no Monogatari

 

Tokyo Monogatari

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Dos três grandes cineastas japoneses – Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi e Yasujiro Ozu, considerados os pais fundadores da cinematografía nipónica, Ozu sempre ostentou o rótulo de ser o “mais japonês” de todos. Uma definição que dá relevância ao carácter especial, distinto e inimitável à sua obra.

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Ozu era um conservador por natureza e isso reflecte-se no seu trabalho, quer atrás das câmaras, quer no ecrã. Tendo utilizado a mesma equipa técnica e actores ao longo da sua carreira, os filmes de Ozu têm quase todos o mesmo visual e a sua imagem de marca é a câmara estática baixa, como se estivesse ajoelhada num tapete (tal como o costume japonês). O seu modo simples permitiu-lhe centrar-se nos detalhes, tendo os sons e os rostos, um papel fundamental na transmissão de emoções e que, no caso de Viagem a Tóquio o tornam um retrato social universal e intemporal.

Em Tokyo monogatari (“A Viagem a Tóquio”, na versão portuguesa e que foi pela primeira vez exibido no nosso país), Ozu aborda muitos dos grandes temas da condição humana, e fá-lo a partir da simplicidade mais prosaica.

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Tokyo monogatari é um filme, antes de mais, sobre a família, sobre os costumes do dia-a-dia, sobre o peso dos anos (que não findam), sobre o crescimento, sobre a convivência vulgar, diária e difícil de sustentar, de equilibrar e de revitalizar. Os nossos, a nossa família, é única, é insubstituível, é um dado adquirido (mas também por adquirir, por degustar) no bom e no mau sentido, isto é, quando as coisas correm bem ou quando as coisas correm menos bem.

A viagem à capital japonesa de um casal de idosos (Tomi e Shukichi, interpretados por Chieko Higashiyama e Chishu Ryû respectivamente) para reencontrar os seus filhos crescidos transporta o espectador a enfrentar a passagem inexorável do tempo, o conflito entre o passado e o presente no contexto do Japão emergido do trauma da Segunda Guerra Mundial, com o contraste entre decepções e ilusões pessoais e a realidade, com a crueldade e a hipocrisia das convenções sociais e das relações humanas, com o declínio infalível de toda a existência.

Interpretada pela grande actriz Setsuko Hara (presença constante nos filmes do cineasta), Noriko emerge assim como a única figura verdadeiramente filial. “A filha casada é como um estranho”, observou Shukichi, o velho patriarca da família. No fundo, é ela que se revela em toda a história a mais cumpridora das responsabilidades familiares que qualquer membro da família. Mas Noriko está longe de ser feliz. Como todas as outras personagens, também ela vive desencantada com a existência a que se conformou.

Todos membros da família são retratos reconhecíveis, reais, incorporados num cenário tão real e reconhecível, que permite que a história transcende as peculiaridades do contexto histórico e cultural para tornar-se uma história universal.

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Depois da “viagem a Tóquio”, haverá uma nova reunião da família, inesperadamente catapultada por um triste acontecimento. Casamentos e mortes sempre foram pontos fulcrais nos filmes de Ozu, talvez por serem acontecimentos que têm tanto de banal como de extraordinário na vida humana. Mas, no final, fica a solidão e a partida. A vida que prossegue independentemente de nós.

Tokyo monogatari pode ser um drama mas está longe de ser melodramático. O seu tom é de serena aceitação do que nos entristece. Há imensa amargura nas profundezas desta obra de arte mas, pelo milagre de Ozu, ela quase consegue sentir-se como algo peculiarmente doce.

Como nota de curiosidade, Tokyo monogatari foi considerado o melhor filme de todos os tempos no inquérito efectuado pela Sight & Sound a centenas de realizadores de todo o mundo.

Escrito por: Fernando Ferreira

Hoje há cinema japonês e gastronomia em Coimbra

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Hoje, o Café Teatro TAGV associa-se ao CINEMA À SEGUNDA com uma ementa temática dedicada à gastronomia Japonesa a propósito da exibição em exclusivo, em Coimbra, de um dos maiores cineastas japoneses e um dos mais respeitados em todo o mundo, Yasujiro Ozu.

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Esta segunda-feira, às 21h30, os amantes do cinema japonês poderão ver a obra intemporal O GOSTO DO SAKÉ, o “mais perfeito filme de Ozu, aquele onde a depuração do seu estilo atinge níveis supremos.”

Se tiverem disponibilidade de chegarem um pouco antes do filme, poderão passar pelo primeiro andar, onde poderão degustar um Saké, sopa de miso e outras iguarias do país do Sol Nascente.

O preço dos bilhetes é de 4 euros.

Ciclo Miyazaki na Covilhã

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São da Covilhã? Gostão dos filmes Ghibli? Então esta notícia é para vocês! Duas alunas do 3ºano de Licenciatura em Cinema da Universidade da Beira Interior (Covilhã) estão a organizar um Ciclo de Cinema sobre o grande Hayao Miyazaki no âmbito da disciplina de Seminário!

O Ciclo que se realizará nos dias 17 e 18 de Dezembro (terça e quarta) na Cinubiteca (Universidade) conta com três filmes: “Viagem de Chihiro” (17 de Dezembro às 21h30), “Princesa Mononoke” (18 de Dezembro às 18h) e “Castelo no Céu” (18 de Dezembro às 21h30).

Esta é uma grande oportunidade de ver uma homenagem feita ao realizador que tem cativado gerações com as suas histórias. Não se esqueçam também de visitar a página do evento! Esperamos por vocês!

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Giovanni no Shima o novo filme dos estúdios Production I.G

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Recentemente a Production I.G anunciou a lista de actores e actrizes que irão dar voz aos personagens do próximo filme de animação 2D, intitulado Giovanni no Shima (A ilha de Giovanni).

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O elenco de seiyuu já está completo e foram escolhidos os seguintes actores: Masachika Ichimura, Yukie Nakama, Kanako Yanagihara, Yusuke Santamaria, Hiroshi Inuzuka, Kaoru Yachigusa, Tatsuya Nakadai e Saburo Kitajima.

Como nota de curiosidade, Yukie Nakama volta a dar voz num anime 16 anos depois de ter sido Lapis Lazuli no anime Martian Successor Nadesico: Prince of Darkness.

O filme é realizado por Mizuho Nishikubo (Otogi Zoshi, Miyamoto Musashi Souken ni Haseru Yume) e o argumento ficou a cargo de Shigemichi Sugita (Kita no kuni kara) e Yoshiki Sakurai (Ghost in the Shell: S.A.C.).

A história conta o que se passou a seguir aos conflitos mais devastadores que a humanidade sofreu. A pequena ilha de Shikotan torna-se parte de Sakhalin Oblast, e passa a ser administrada pela Rússia. Neste canto perdido do mundo, duas crianças de diferentes nacionalidades descobrem que a amizade pode superar a barreira da língua e até mesmo a repreensão da história.

O filme tem data de estreia a 22 de Fevereiro de 2014.

Tras el conflicto más devastador experimentado jamás por la humanidad, la pequeña isla de Shikotan pasa a formar parte del óblast de Sakhalin, administrado por Rusia. En ese rincón perdido, en esa extraña frontera, dos niños de nacionalidades diferentes descubrirán que la amistad puede superar la barrera del idioma e incluso los varapalos de la historia.

La película se estrenará el 22 de febrero de 2014.


Ciclo de Cinema Japonês em Lisboa

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A Embaixada do Japão, a Japan Foundation e a Cinemateca Portuguesa apresentam no próximo mês de Dezembro mais um ciclo dedicado ao cinema do país do Sol Nascente.

O ciclo intitulado “Passado e Presente do Japão no Cinema” começa do dia 3 de Dezembro e termina a 26 do mesmo mês. Durante este período poderão ver os seguintes filmes:

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“The Ugetsu Story” (Contos da Chuva e da Lua), 1953
Kenji Mizoguchi
Datas: 3 de Dezembro, 19h00 // 6 de Dezembro, 15h30

“The Twilight Samurai” , 2002
Yoji Yamada
Datas: 9 de Dezembro, 19h00 // 11 de Dezembro, 15h30

“Eijanaika or Why Not?”, 1981
Shohei Imamura
Datas: 4 de Dezembro, 19h00 // 14 de Dezembro, 22h00

“Yunagi City, Sakura Country” (Cidade da Tranquilidade ao Pôr do Sol, País de Cerejeiras), 2007
Kiyoshi Sasabe
Datas: 12 de Dezembro, 19h00 // 26 de Dezembro, 19h30

“Fancy Dance”, 1989
Masayuki Suo
Datas: 4 de Dezembro, 21h30 // 6 de Dezembro, 19h30

“Waterboys”, 2001
Shinobu Yaguchi
Datas: 7 de Dezembro, 21h30 // 10 de Dezembro, 19h30

“Hōtai Club – Hotai Club” (Clube de Ligaduras), 2007
Yukihiko Tsutsumi
Datas: 10 de Dezembro, 19h00 // 23 de Dezembro, 19h30

As sessões de cinema realizam-se na Cinemateca Portuguesa, Rua Barata Salgueiro, 39 em Lisboa.

Anunciado o elenco para o live-action de Haganai

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O site oficial do filme live-action para o “light novel” Boku wa Tomodachi ga Sukanai (conhecido como Haganai), de Yomi Hirasaka, anunciou na passada quinta-feira que o modelo e actor Louis Kurihara interpretará o papel de “estudante presidente do conselho estudantil de coração gelado”.

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Saionji é o único personagem do filme, que não aparece no “light novel” original de Hirasaka. Saionji é um tirano que quer fechar todos os pequenos clubes, entre eles o Clube dos Vizinhos (o clube dos personagens principais). O personagem tem uma aparência “assustadora”, um uniforme escolar totalmente branco e cabelos pretos até o ombro.

No resto dos actores e actrizes que irão entrar neste live action destacamos: Koiji Seto, interpretando Kodaka Hasegawa; Kie Kitano, fica com o papel de Yozora Mikazuki; Mio Otani, é Sena Kashiwazaki e por fim, Sayu Kubota, interpreta o papel da irmã menor de Kodaka, Kobato Hasegawa.

Takurou Oikawa é o responsável pelo argumento e realização do filme, que está previsto para ser lançado a 1 de Fevereiro de 2014. O tema de abertura, “Hitotsu Dake”, ficou a cargo da banda Kera Kera.

O filme não vai recriar a comédia romântica escolar do “light novel”, vai sim ter uma história original.

Attack on Titan live-action avança em 2014 com nova equipa

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A página oficial do manga Shingeki no Kyojin (Attack on Titan) de Hajime Isayama anunciou que a adaptação para cinema avançará com uma nova equipa, substituindo assim a antiga escolha para realizar o filme.

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O novo responsável será o argumentista e director de efeitos especiais Shinji Higuchi, que começará a filmar no início do verão de 2014 tendo como objectivo terminar as filmagens e estrear nas salas de cimea no ano seguinte (2015). A página também colocou uma imagem que foi criada para o filme.

Para quem não conhece o trabalho de Higuchi apenas dizemos que o seu curriculum é bastante interessante. Esteve envolvido nos “storyboards” da série de Evangelion e nos novos filmes, foi director assistente no filme de animação Royal Space Force ~ The Wings of Honneamise e esteve também envolvido na equipa de efeitos especiais de vários filmes do estilo Kaiju. Recentemente realizou o filme Nobo no Shiro (The Floating Castle), um filme de época que conta a história do do cerco de Hachigata.

A produção e a distribuição do filme fica a cargo da TOHO.

Samurai High School

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Educado e covarde é como poderiamos cartacterizar Mochizuki Kotaro, um jovem estudante da Academia Sengoku, famosa por ter uma turma de alunos com talentos especiais.

Um dia, ao visitar uma biblioteca ele encontra uma mulher misteriosa chamada Himiko, que lhe recomenda um livro antigo sobre um General heróico do período Sengoku (400 anos atrás). Ao ler o livro, Kotaro repara que tem o mesmo nome e a mesma idade que o personagem principal descrito na história. Enquanto lê o livro Kotaro acaba por “entrar” numa série de “flashbacks”. Depois de ter tido essa estranha experiência de leitura, decide contar aos seus pais e chega mesmo a teorizar que pode ser mesmo descendente desse samurai poderoso. Contudo, eles acham que Kotaro está novamente a brincar.

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Entretanto Kotaro recebe uma mensagem da sua amiga de infância, Nagasawa Ai (interpretada por Watanabe Anne), a dizer que um de seus colegas de escola, Nakamura Tsuyoshi (Shirota Yu), está em apuros. Ele corre até lá mas por ser um covarde não consegue ajudar, até que por acidente se transforma num Samurai! A partir deste momento vamos assistir a grandes aventuras do nosso personagem principal e do samurai que o possui nas horas mais impróprias!

O dorama centra-se em Kotaro (Miura Haruma), que à medida que vai sendo possuído pelo seu ancestral samurai vai aprendendo valiosas lições e também que os problemas devem ser enfrentados de frente e não ficar apenas a assistir.

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Todos os personagens vão crescendo ao longo dos nove episódios do dorama por causa das palavras e acções de Kotaro (mesmo nenhum deles sabendo que aquele não é o verdadeiro Kotaro, mas sim o espírito de um samurai). É divertido ver o quanto todos ficam confusos com a mudança drástica de personalidade e também com as desculpas estranhas que o Kotaro dá, já que ele não pode contrar a ninguém sobre o espírito do samurai.

O pai do Kotaro (Kishitani Goro, que para quem não sabe foi o realizador do filme Killer Virgin Road) também é bastante engraçado e é graças a ele que Kotaro vai amadurecendo. É também graças ao samurai que o pai de Kotaro enfrenta os seus problemas de emprego na empresa onde trabalha.
É interessante o modo como é abordada a preferência dos professores por determinados alunos. Uma das coisas que o samurai tenta mudar é o modo “podre” como a escola é gerida pela diretora. Esta sempre benificia os alunos da turma especial em deterimento dos restantes, usando muitas vezes métodos pouco éticos e nessas ocasiões Kotaro começa a pensar como agiria o samurai.

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Miura Haruma (protagonista também em Koizora, Bloody Monday e mais recentemente em Last Cinderella) interpreta papel de Kotaro e o de samurai, sendo que estes dois personagens têm uma personalidade bastante diferente um do outro.

Ambos os personagens estão representados na perfeição, e facilmente conseguimos perceber quando é que é o verdadeiro Kotaro e quando é o samurai, não apenas pelo rabo-de-cavalo (que aparece sempre quando o samurai possui o corpo do Kotaro) como também pela sua expressão mais séria. Este papel sem dúvida que reforça a ideia de que Miura Haruma é um dos bons actores da actualidade num mundo dos doramas.

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O dorama Samurai High School (ou SamuHigh, como é conhecido entre os fãs deste tipo de entertenimento) teve na equipa de produção os realizadores Sato Toya, Inomata Ryuichi e Kariyama Shunsuke e foi transmitido entre 17 de Outubro até 12 de Dezembro de 2009 pelo canal de televisão Nippon TV.

Escrito por: Lau Costa

Shun Oguri será Arsene Lupin III

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Começaram as gravações do live-action de Lupin III, também conhecido por no resto do mundo como Arsene Lupin: O Ladrão mais Charmoso do Mundo.

A notícia sobre este live-action é que existem novas informações sobre o elenco que irá entrar no filme. A revelação mais importante é que podemos ver o actor Shun Oguri como o nosso intrépido protagonista.

Pela imagem podemos ver que o visual do personagem foi bem trabalhado (apesar de na imagem faltar o clássico casaco verde), e sabendo nós de antemão que o actor teve que perder nada mais nada menos do que 9kg para ficar com o papel de Lupin III.

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“Monsterz” com Trailer Oficial

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Saiu finalmente o trailer do próximo filme do conceituado Hideo Nakata, realizador de obras como “The Ring” (1998), “Dark Water” (2002), “L: Change The World” (2008) e mais recentemente “Complex” (2013).

“Monsterz” é um remake do filme Sul-Coreano “Haunters” de Gang Dong-Won e Ko Soo cujo estreou em 2010 e conta a história de um homem (Tatsuya Fujiwara, conhecido por filmes como “Battle Royale“, “Death Note” e “I’m Flash“) que tem o poder de manipular os outros com o olhar. Este poder torna-se numa maldição quando mata o pai e acaba abandonado pela mãe, ficando a viver sozinho no local mais negro da cidade.

Ao mesmo tempo, Shuichi Tanaka (Takayuki Yamada, conhecido em “Crows Zero“, “13 Assassins” e “Lessons of the Evil”, entre outros) não tem família e vive actualmente com alguns amigos. Embora pobre, tem uma visão feliz da vida.

Um dia, estes dois encontram-se e o homem fica confuso por não conseguir manipular Tanaka.

O filme que estreia no dia 30 de Maio de 2014 no Japão conta ainda com a participação de Satomi Ishihara, Tomorowo Taguchi, Motoki Ochiai, Taiga, Masaki Miura, Mina Fujii, Yutaka Matsushige e Tae Kimura.

Abaixo deixo-vos com o poster oficial e trailer do filme! E já agora, quem daqui já viu o “Haunters”?

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Kiki’s Delivery Service em versão live-action

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Apesar da história não ser da autoria do grande Miyazaki, os fãs da obra do Studio Ghibli vão ter motivos para mais uma vez ficarem contentes.

Recentemente a Mantan Web colocou online um trailer da adaptação para filme da “novel” Kiki’s Delivery Service (Majo no Takkyūbin) da autoria de Eiko Kadono. A “novel” ficou famosa pela sua adaptação para cinema de animação em 1989 pelo Studio Ghibli.

A grande novidade para esta adaptação de imagem real é que ao contrário da versão animada que só adaptou o primeiro volume, este filme vai adaptar os dois primeiros volumes da obra.

No trailer de apresentação já ficamos a conhecer o tema “Wake Me Up” da artista pop Mai Kuraki.

O filme tem data de estreia marcada para o dia 1 de Março do ano que vêm (2014).


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Monsters

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Trago-vos mais uma Review, desta vez, de um dorama que vi recentemente. Ao contrário das narrativas que trouxe anteriormente, Monsters é algo mais comercial, no sentido de ser algo mais simples e que abrange um maior número de espectadores.

Quando comecei a ver esta série apercebi-me de algumas semelhanças com outras que vira anteriormente, desde semelhanças entre personagens, a ideias para locais e até mesmo narrativas. Ao verificar quem estava por detrás de Monsters, deparei-me com os realizadores de Mr. Brain (Katsuo Fukuzawa), Bloody Monday (Shunichi Hirano), Kurosagi (Shunichi Hirano e Yasuharu Ishii) e Yamato Nadeshiko Shichi Henge (Yuki Ozawa). Tratados com mais ou menos seriedade, todos têm em comum o facto de serem Séries de Mistério e Crime. Mais importante ainda, Monsters nasce pelas mãos de Mitsuharu Makita, mesmo autor de Bloody Monday e Mr. Brain.

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Kosuke Saionji (interpretado por Tomohisa Yamashita) é o herdeiro de uma família rica que consegue perseguir o seu sonho e tornar-se num dos melhores detectives do Mundo, conduzido pela sua ingenuidade e forte sentido de justiça. Ele acaba por ser convidado a entrar para a Equipa de Investigação Principal, sendo dado como primeiro teste o de descobrir o que está por detrás da máscara do melhor detective da equipa, Heihachi Hiratsuka (Shingo Katori), dono de uma personalidade desagradável mas uma reputação inigualável.

Sendo esta uma Review mais compacta irei focar-me nos três personagens que compreendo serem os mais relevantes, tendo em comum o facto de serem os únicos a entrarem em todos os episódios.

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Heihachi Hiratsuka (interpretado por Shingo Katori) é o protagonista “principal” de Monsters. Um homem odiado pela maioria das pessoas pela sua inteligência e perspicácia acima da média e pela sua personalidade extravagante que engloba os seus comentários irónicos e o aproximar-se em demasia das pessoas criando situações embaraçosas e inconvenientes (algo que acontece especialmente nos primeiros episódios para demarcar a sua personalidade). Apesar disto, é um personagem que sorri a maioria do tempo (deixo como detalhe que o seu sorriso me lembra em muito o de Totoro).

De forma a ganhar a simpatia dos seus colegas e dos que o rodeiam, em especial de Hajime Kaneda (Chefe da Polícia), Hiratsuka elogia os seus interlocutores frequentemente (ainda que com um tom irónico), apresenta a sua investigação como se se tratasse de um “detalhe menor” e desculpa-se constantemente adicionando uma vénia acentuada (deixando o interlocutor sem argumentos para o criticar, sendo que a vénia mostra o quão seriamente arrependido ele está).

Como personagem “extravagante” que é, Hiratsuka possui ainda duas marcas que o distanciam dos outros personagens. A primeira, o usar frequente da expressão, deixe-se ficar onde está (sono mama, sono mama), como mais uma forma de “não incomodar” a pessoa ou como forma de fazer troça desta. A segunda é o tique de bater com o dedo na cabeça quando percebe algo importante na sua investigação, quando evolui nesta.

Durante as suas pesquisas é frequente usar algumas experiências (das quais o seu subordinado, Kosuke Saionji, é sempre a vítima). Usa ainda frases ditas pelos próprios criminosos (muitas vezes inconscientes) para os prender e fá-los acreditar em provas que não existem, criando uma espécie de armadilha e obrigando-os a confessar.

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Kosuke Saionji, é um jovem que parece meio perdido, procurando fazer o seu melhor e impressionar os seus superiores, em especial Hiratsuka. Criamos empatia com ele pelas dificuldades que enfrenta e pelo esforço verdadeiro e dedicado que demonstra, por exemplo, quando procura por uma prova durante o dia todo no meio de uma lixeira, apenas para depois descobrir que não era necessário.

Ao longo do tempo, Saionji e Hiratsuka tornam-se numa espécie de Aprendiz e Mestre. O Mestre que antes fazia todo o trabalho começa a deixar a imaginação do seu aprendiz fluir, permitindo-lhe até usá-lo na sua primeira experiência.

No final, o ciclo fecha-se e vemos uma impersonificação, uma união completa entre Hiratsuka e Saionji. Um passar de testemunho.

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Para finalizar esta secção, temos Hajime Kaneda (Kenichi Endo). Chefe da Polícia, odeia Hiratsuka por este chegar ao culpado sempre antes dele e por não seguir aquilo que são as normas convencionais de investigação. Vê-se como um polícia eficiente e competente, facto pelo qual se orgulha, e é sempre seguido de perto por um grupo de polícias que lhe é fiel, mimicando-o e tratando-o como uma espécie de Mestre.

Durante os primeiros episódios é ridicularizado, por exemplo, pelo facto dos personagens não memorizarem o seu nome, pela troca do mesmo (chegando a trata-lo por Kamega e Kawada) ou pelas cenas em que aponta para provas que obviamente são irrelevantes.

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As narrativas fogem do comum e desconhecido, focam-se em pessoas de alguma forma importantes e relevantes para o país: presidentes de grandes empresas, políticos, escritores de sucesso, médicos de grandes hospitais, cozinheiros de renome, cientistas criadores que tecnologias inovadoras, advogados em ascensão e músicos dotados de um grande talento. Essencialmente histórias que procuram trabalhar as rivalidades e competitividades entre pessoas em altos cargos.

Por norma, os casos são apresentados durante as notícias nas televisões enormes que enchem a cidade de Tokyo. No final, os detectives expõem ainda os criminosos durante períodos críticos da sua vida, por exemplo, eleições ou competições de alto nível.

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Em termos de Montagem, Monsters é também pouco usual, trabalhando com Planos aproximados e muito aproximados, planos subjectivos ou onde o actor olha directamente para a câmara (mais uma vez algo mais utilizado nos primeiros episódios) e ainda com o fast-foward (acelerando as sequências mais longas e monótonas). Por fim, no final das investigações, conforme Hiratsuka monta as peças do puzzle, podemos ver fragmentos narrativos na imagem, como se estivéssemos a seguir o seu raciocínio ao mesmo tempo.

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A série que estreou a 21 de Outubro de 2012 e terminou no dia 9 de Dezembro do mesmo ano, correndo num total de 8 episódios com uma média de 11.9% de audiência, é uma obra bastante trabalhada no início mas que se vai desleixando após captar a atenção do espectador, não deixando de ser no entanto, interessante e cativante.

Ao contrário de Mr. Brain (série com que mantem mais inspirações e semelhanças) é algo mais comercial, com actuações artificialmente propositadas e exageradas. Uma espécie de Paródia ao Mistério e Crime.

A narrativa é sim simples, com o único objectivo de entreter mas apesar de ter duas estrelas do mundo Pop, não cai no ridículo e esforça-se por cativar os espectadores fora do ciclo das fangirls.

Para além de recomendar Monsters, indico ainda as quatro séries referidas no início desta review. Em especial, Mr. Brain para quem procura uma série de investigação mais séria e trabalhada.

Escrito por: Ângela Costa

As Melhores Curtas de Animação de 2013

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Começo o ano com um artigo para os fãs de Animação, trazendo-vos algumas curtas que estrearam o ano passado no Nishikata’s Best Japanese Indie Animation Shorts 2013. Uma vez que, como em muitos outros países os meios de distribuição de curtas não é o melhor, como refere a autora Catherine Munroe Hotes, estas curtas apenas foram exibidas em festivais japoneses e europeus. Algumas delas estão programadas para serem lançadas em DvD em breve.

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Kick-Heart de Yuasa Masaaki é uma curta de 12 minutos baseada num estilo surreal, contando a história de um wrestler profissional, Romeo Maki, que se apaixona por uma freira. O filme estreou em 2013 e já foi exibido em 27 festivais, vencendo 18 prémios por todo o Mundo, entre eles o de Melhor Curta de Animação no Fantasia International Film Fest – Montreal e o de Melhor Design no Animation Block Party Brooklyn. Embora o filme ainda não tenha sido lançado em DvD, o trailer está disponível no Vimeo.

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Combustible (também conhecido como Hi no Yojin) é uma adaptação do manga com o mesmo nome criado por Katsuhiro Otomo em 1994, agora adaptado para animação pelo mesmo criador. O filme que conta uma história de amor durante o período Edo, estreou em 2012 e já ganhou vários prémios entre eles o de Melhor Animação no Japan Media Arts Festival e o Prémio Noburo Ofuji no Mainichi Concours.

Podem encontrar Combustible na Antologia Short Peace, lançada em 2013 com mais três curtas dos animadores Shuhei Morita, Hiraki Ando e Hajime Katoki. Deixo-vos também o trailer oficial.

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Futon é a curta minimalista de Yoriko Mizushiri que explora o lado sensual da relação de uma mulher com o seu colchão. Venceu alguns prémios quer nacional quer internacionalmente incluindo o Prémio Renzo Kinoshita no Hiroshima Festival e o de Revelação do Ano no Japan Media Arts Festival, tornando-o numa dar curtas animadas mais populares de 2013 segundo a Cartoon Brew.

A curta pode ser encontrada no Volume 1 da L’Animation Indépendante Japonaise e o trailer oficial pode ser visto no Youtube.

childsoldier

Ninja and Soldier (2012) é o mais recente trabalho do animador experimental Isamu Hirabayashi. Os personagens principais, dois rapazes de 8 anos, são desenhados com rabiscos enquanto o fundo se inspira num estilo mais tradicional japonês. A história segue Ken (um ninja) e Nito (uma criança soldado do Congo que foi obrigado a matar a própria mãe) mostrando os actos cruéis de que a Humanidade é capaz através dos olhos de duas crianças. Podem ver o trailer oficial de Ninja and Soldier no Youtube.

Recruit Rhapsody Maho Yoshida

A aluna de Artes da Universidade de Tokyo Maho Yoshida surpreende o Mundo em 2012 com a sua curta Recruit Rhapsody, uma viagem que vai desde a vida de aluno até à “caça de emprego”. O filme, cuja protagonista se assemelha à criadora, não possui diálogos tornando-o de facto numa obra internacional. Podem ver a curta completa no Youtube.

bridge

Usando um estilo mais psicadélico, erótico e espiritual, o artista pop Keiichi Tanaami leva-nos numa viagem até à sua Imaginação através de Red Colored Bridge (2012) onde a ponte vermelha (entrada para o Paraíso) encontrada em muitos jardins tradicionais japoneses serve de passam para este mundo fantástico. O filme pode ser encontrado igualmente no Volume 1 do L’Animation Indépendante Japonaise e o seu trailer pode ser visto no Youtube.

maze

 Maze é a curta inovadora produzida pelos TOCHKA (a dupla de Takeshi Nagata e Kazue Monno) usando a animação PiKa PiKa, numa grelha de 12×4 quadrados, que consiste numa equipa de assistentes com luzes de cores diferentes a colorir os blocos, tudo numa coreografia rigorosa. O filme pode ser encontrado também no Volume 1 da L’Animation Indépendante Japonaise e o trailer está no Youtube.

columbus

Fruto de mais uma dupla é Columbos, realizada pelos dois professores de Arte e Design da Universidade de Kyoto, Hiroki Okamura e Takumi Kawai (Kawai + Okamura). Como o nome indica, Columbos é inspirado na série de televisão sobre o dectective Columbo. Para além do uso de marionetas animadas, a curta conta também com uma incrível utilização de iluminação, efeitos especiais e coreografias. Quem estiver interessado pode encontrar o filme no Volume 1 do L’Animation Indépendante Japonaise e o trailer oficial está no Youtube.

airyme

Airy Me é um videoclip criado em 2013 pela animadora Yoko Kuno para a música da cantora Cuushe. A curta leva-nos numa viagem até à Psicosis, ou seja, uma perda de contacto com o Mundo Real, uma jornada ao Mundo dos Sonhos. Podem ver o vídeo completo no Youtube.

anomalies

A Animação Experimental Anomalies do conhecido Atsushi Wada, financiada pelo Animate Projects, conta com o estilo de animação já muito próprio do criador e diz-se que os seus fãs reconhecerão muitas das personagens de Anomalies. Podem ver o filme completo na Net Worked Blog.

yamazakii

Yamasuki Yamazaki é uma curta de 2013 criada pela Shishi Yamazaki inspirada nas curvas femininas, flores de cerejeira e pela música de Jean Kluger e Daniel Vangarde (pai do Thomas Bangalter dos Daft Punk). Podem ver a curta completa no canal da animadora.

Escrito por: Ângela Costa

47 Ronin

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Sei que é um pouco tarde mas finalmente consegui ir ao Cinema para ver 47 Ronin, a primeira longa-metragem que Carl Rinsch realiza. Embora não seja um filme japonês julgo ter sentido deixar aqui uma pequena crítica ao mesmo, uma vez que, se baseia numa das grande histórias da cultura japonesa e pelo facto de ter cinco actores japoneses no cast, nomeadamente Hiroyuki Sanada, Tadanobu Asano, Rinko Kikuchi, Kou Shibasaki e Jin Akanishi.

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Posto este pequeno esclarecimento, passo ao que é importante. Confesso que inicialmente não tinha grandes esperanças, uma vez que, é rara a adaptação americana de histórias japonesas que é bem trabalhada. No entanto, estava inteiramente errada e acho sinceramente que tive a possibilidade de ver em tela grande uma das melhores adaptações que Hollywood já fez até agora.

Para além de uma narração simples e directa que serve para colocar o espectador a par de aspectos que por regra não conhecerá, como o que é um ronin, entre outros, a narrativa consegue manter os seus elementos fundamentais: o da vingança de 47 homens que vêem o seu Amo ser executado devido às acções desonrosas de um Senhor ganancioso que deseja o poder para si. Tudo isto misturado com uma pitada de fantasia não exagerada e um personagem ocidental que faz a ligação da nação mãe com o público ocidental, explicando a sua existência igualmente de forma lógica. Aliás, como podemos ver, o personagem de Keanu Reeves é de longe o típico herói que salva tudo e todos e que está presente 90% do tempo.

Os maneirismo próprios de um Japão Feudal são respeitados, especialmente a relação entre os ranks, entre samurais e senhores, entre samurais e samurais e em última instância entre ex-samurai (ronin).  O “assistente” durante o ritual de seppuku é também mostrado, sendo que o seu papel é o de decapitar a pessoa antes que ela comece a ter as convulsões típicas deste tipo de morte e que por norma deixam o corpo em posições não dignas. É um facto que durante a última cena em que os ronin cometem seppuku não existem “assistentes” mas concordemos que te-los em cena iria cortar não apenas o dramatismo como encheria o plano desnecessariamente.

Em termos de guarda-roupa, este é uma mistura perfeita entre o tradicional e o moderno, chegando mesmo a adicionar alguns adornos de Geisha Maiko à princesa.

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Deixarei agora  algumas diferenças e algumas das assombrosas semelhanças entre não só a história original e a sua adaptação (colocando de fora obviamente a parte fantasiosa de bruxas e demónios) mas também  alguns dos pequenos detalhes culturais que notei. Reforço que fiquei espantada com os detalhes que podemos encontrar, mostrando que apesar de todos os problemas de produção, 47 Ronin foi de facto bem preparado.

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- Originalmente Asano fere Kira (um homem idoso e não um jovem, tendo até alguns netos) com um punhal devido aos insultos a que fora sujeito. No filme, Asano é vítima dos feitiços da bruxa e tenta atacar Kira pensando que este estaria a atacar a sua filha.

- Se não estou em erro passa-se apenas um ano no filme entre a morte de Asano e a vingança dos seus homens enquanto no original se passam dois.

- A família de Asano é levada e protegida após o incidente e é o seu irmão mais novo que mais tarde herda o território. Kira não faz quaisquer “reféns”.

- Durante os dois anos de preparação, Oishi e os seus homens tornaram-se mercadores e camponeses, disfarçando-se entre a população. É ainda Oishi que visita os bordéis, procurando informações sobre Kira.

- Durante uma visita nocturna à Princesa, a Bruxa oferece-lhe um punhal e ao sair da divisão executa o gesto de “cortar o pescoço”. Embora isto nos possa parecer apenas um gesto ocidental e de pura ironia, o seppuku feminino (jigai) era exactamente o cortar a artéria do pescoço, enquanto o seppuku masculino consistia em cortar o abdómen.

- Quanto à organização do ataque, na história original Oishi atacaria pela frente, deixando o seu filho Chikara encarreguee um ataque pela retaguarda. O som de um tambor serviria para disfarçar o ataque. No filme até o pormenor do tambor é aproveitado.

- Originalmente, quando encontraram Kira, Oishi dirigiu-se a ele de forma respeitosa, oferecendo-lhe a hipótese de morrer honradamente por seppuku, oferecendo-se ainda para o assistir e dando-lhe o mesmo punhal usado pelo seu Mestre Asano. No entanto, Kira foi incapaz de o fazer e Oishi ordenou a um dos seus homens que o decapitasse. No filme Oishi assassina Kira obrigando-o a cometer seppuku com o punhal usado por Asano.

- Chikara, filho de Oishi, comete de facto seppuku com o grupo embora a tenra idade de 16 anos (a mudança de idade no filme surge provavelmente para não ser tão “cru”). No entanto, há de facto um dos homens que é “perdoado” pelo Shogun, no caso um jovem mensageiro.

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- Um samurai deve ser capaz de lutar sem uma arma e isso é explorado no filme, mostrando que os samurais tinham conhecimentos em outras artes marciais.

- Houve críticas pelo facto dos “animadores” não lutarem contra as intenções de Oishi de matar um Senhor mas sabe-se que Kira é originalmente odiado pela população.

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Como elementos negativos tenho essencialmente apenas dois a apontar. A cena da princesa com Kai na cabana, inútil.  E o final, onde em vez de vermos a princesa como Senhora de Ako, uma mulher forte como a esposa de Oishi, vemos um último plano de uma mulher que perdera o seu amado. Percebo a sua dor mas podiam ter adicionado um último plano mais digno da personagem. Eu sei que ela foi criada apenas para dar mais impacto e uma certa dose de romance mas esperava melhor.

Em geral, o filme está bastante interessante e recomendo. Um filme que não cai numa ocidentalização em demasia, respeitando o modo de vida e ideologias japonesas. Uma história que mostra o coração de um verdadeiro Samurai, leal ao seu Senhor até ao fim, até às últimas consequências.

Escrito por: Ângela Costa

Majo no Takkyūbin live-action estreia a 1 de Março

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Mais uma excelente notícia para o clube de fãs dos Studio Ghibli. A versão com actores de mais um anime criado por Hayao Miyazaki vai estrear nas salas de cinema japonesas daqui a pouco mais de 2 meses.

No ano passado já tinhamos noticiado que as filmagens para a adaptação de Majo no Takkyūbin (KiKi’s Delivery Service, em inglês) tinham começado (23 de maio de 2013), mas não sabiamos para quando seria a data de estreia. A confirmação chegou agora.

Pela internet já circulam algumas imagens do filme, bem como o trailer que deixamos no final desta notícia.


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Mainichi Film Award 2013

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Em 1946, uma das maiores companhias de jornais do Japão, a Mainichi Shinbun, lançou-se num projecto chamado Mainichi Film Awards, um festival de cinema anual que decorre todos os anos em Janeiro. A 68ª edição decorreu no passado dia 21 de Janeiro e hoje trago-vos os resultados.

Para além dos prémios normais, este festival traz ainda o Grande Prémio Sponichi (para actor e actriz revelação), o Prémio Tanaka Kinuyo (usando o nome de uma actriz e realizadora japonesa, este prémio celebra a carreira de uma actriz nomeada todos os anos), o Prémio Ofugi Noburo (criado em 1962 como forma de celebrar a vida de Ofugi Noburo, um dos pioneiros da Animação no Japão, chegando mesmo a ser reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho) e o Prémio Fã Tsutaya (dado pelo público).

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Grande Prémio: The Great Passage (Ishii Yuya)

Prémio de Excelência no Cinema Japonês: Pecoross’ Mother and Her Days (Azuma Morisaki)

Melhor Filme Estrangeiro: Amour (Michael Haneke)

Melhor Realizador: Ishii Yuya (The Great Passage)

Melhor Guião: Arai Haruhiko (Backwater)

Melhor Actor: Matsuda Ryuhei (The Great Passage)

Melhor Actriz: Akagi Harue (Pecoross’ Mother and Her Days)

Melhor Actor Secundário: Pierre Taki (The Devil’s Path)

Melhor Actriz Secundária: Yoshitaka Yuriko (A Story of Yonosuke)

Grande Prémio Sponichi para Actor Revelação: Hoshino Gen (Blindly in Love)

Grande Prémio Sponichi para Actriz Revelação: Hamada Kokone (Oshin)

Prémio Tanaka Kinuyo: Kaga Mariko

Melhor Direcção de Fotografia: Imai Takahiro (Backwater)

Melhor Direcção de Arte: Harada Mitsuo (The Great Passage)

Melhor Banda Sonora: Yasukawa Goro (The Devil’s Path)

Melhor Direcção de Som: Yano Masato (A Story of Yonosuke)

Melhor Documentário: Candidates (Fujioka Toshimitsu)

Melhor Filme de Animação: The Tale of Princess Kaguya (Isao Takahata)

Prémio Ofuji Noburo: The Moon That Fell Into the Sea (Akira Oda)

Prémio Fã Tsutaya para Melhor Filme Japonês: The Wind Rises (Hayao Miyazaki)

Prémio Fã Tsutaya para Melhor Filme Estrangeiro: Ted (Seth MacFarlane)

Prémio Especial: Fukumoto Seizo (actor)

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